terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Eu acredito...

Outro dia me pus a pensar, a sonhar...Como seria se cada um saísse um pouco de si e pensasse que o outro, logo ali do lado, também tem dificuldades, alegrias, saudades...
E, em seguida, pensei que é possível existirem pessoas que se tornam tão queridas, a despeito de se mostrarem inacessíveis, ranzinzas...
Será que pode ser mais ou menos assim?

Acredito que um sorriso doce,
acompanhado de um olhar interessado,
pode conquistar um coração empedernido,
provando que faz muito sentido
acreditar no sonho como se realidade fosse.

Acredito que a vida não é só feita de tristezas
e que, a despeito de nela não haver certezas,
cada um de nós pode fazer sua parte
com um pequeno-grande gesto tão comum:
olhar o próximo com atenção e cuidado,
exercitar o ouvir como arte,
crer que há algo de bom dentro de cada um,
ver a si mesmo em todo aquele que estiver a seu lado.

Acredito...




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quem?

Então, quem te olha?
Quem é, para ti, a mola
a impulsionar teus pés?
Quem ao coração te traz
a sensação de paz,
palavras que têm sentido,
mensagens doces aos teus ouvidos?




Quem te dá o mel
com que adoças teu chá?
Quem nunca te deixa ao léu
e sentes que está a te amparar?



Mais questões eu poderia trazer
para de vez te mostrar...
Mas fico por aqui,
pois confio que és inteligente.



Nem preciso mais perguntar,
pois penso já ser isto o suficiente
para que reflitas.
Afinal, as palavras, mais que ditas,
valem pelo que causam
ou pelo que suscitam...


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Família

Interessante...
No dia 03/02, à noite, escrevi o que segue abaixo. Dois dias depois minha sogra faleceu...
E passei pela experiência de compartilhar, dessa vez a dor, com a minha família de compromisso e de sangue. E também tive a riqueza de receber muitas manifestações de carinho da minha família espiritual - meus amigos!
Compartilho agora, com amigos de muitos lugares, todos os que tiverem acesso a este blog, essas simples reflexões sobre família. 
Gratidão a cada um!!! 

Família: filhos, pais, irmãos,
laços de sangue, ou não...
significam bem-estar, união?
Ou são causas de dor, desilusão?
Família: primos, tios, avós...
Pequenas ou grandes, não importa,
confirmam que não existimos sós.

E ainda que a uma
não te sintas integrado,
com pequeno esforço teu ser
tem condição de compreender
que até esta situação
te proporciona aprendizado.

E isto é o que, de fundamental,
precisas aceitar:
famílias são mesmo imperfeitas
e isto é o que de mais perfeito há...
Pois é justamente na imperfeição trabalhar
o desafio maior do existir.

Afinal, quando a família se torna perfeita
no nosso tacanho modo de achar,
cessa o crescimento e o que resta
é apenas o inevitável concluir
de que chegou a hora de partir.
Em outra família nascer,
na busca incessante do ser
por evoluir...


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Feridas da alma

O que tua alma veio aqui fazer?
O que tua alma veio aqui aprender?
Estas e semelhantes perguntas
são as que carregas há tempos, pois não?
E quanto mais sobre elas assuntas,
mais te parece estar longe a solução?

Ah, criatura querida do meu coração,
passo por aqui com o intuito da ajuda
e, por isso mesmo, inicio com perguntas.
Continuo, propondo mais uma questão:
- Quando tens um ferimento,
não buscas pôr nele um curativo,
após tê-lo limpado?
E se, por acaso, ele é tocado,
não continua a causar dor,
até que esteja totalmente curado?

Então por que as feridas da alma
teriam processo diferente?
O que quero com isso mostrar-te
é que precisas pôr à parte
as sujidades do que te causa dor.
Depois, com muito cuidado,
aplicar teu calor, teu amor,
até que o ferimento esteja sarado
e possa até ser tocado,
sem que te sintas sequer incomodada.
Ah, e que respeites o ritmo da cura,
cada ferida cicatriza em um tempo;
independente se és gentil ou dura,
cada processo é peculiar.

Tudo isso expus como meio de te contar
que vieste para tua alma curar;
que a cura vem com o aprendizado
de que cada momento deve ser aproveitado
com respeito, com calor, com amor,
até o dia em que a dor,
definitivamente, se for...




 


 
(Pinturas de Théo Van Rysselberghe)